Sub-tema 5 - A influência dos genes na personalidade

As experiências do nosso dia-a-dia, a forma como somos educados e as circunstâncias do meio em que vivemos são talvez os factores mais importantes que moldam a nossa personalidade. No entanto, pesquisas recentes mostram até que ponto as nossas características comportamentais, o temperamento e as escolhas de vida estão definidos antes do nascimento. Os nossos genes podem afectar o quão ansiosos estamos, ou o quão facilmente entramos em depressão, por exemplo. Como consequência, isto poderá afectar como reagimos em várias situações. Os estudos levaram já à descoberta do gene da felicidade, que se situa no cromossoma 17, um dos 23 pares de moléculas portadoras da informação genética, existente no núcleo das células, responsável pelo transporte do neurotransmissor serotonina, substância reguladora do humor, para o cérebro. Nos mal-humorados crónicos, esse gene é mais curto.

A cada dia, novas descobertas sugerem que agressividade, atracção pelo perigo, dependência química, a homossexualidade, entre outras características, são determinadas em grande parte pela carga genética. Mas é necessário ter em conta que a Genética não é destino nem tão-pouco justifica qualquer tipo de discriminação ou ideia preestabelecida. Mesmo gémeos verdadeiros que partilham da mesma informação genética têm, em grande parte dos casos, personalidades diferentes. Os genes não definem obrigatoriamente a 100% cada característica da nossa personalidade, mas apenas nos poderão tornar predispostos a possuir ou tender para determinada característica comportamental.

O mergulho da ciência nos genes e suas conclusões impressionam, mas o conhecimento biológico representa uma via de mão dupla. Com pequenas distorções, as teses poderiam dar margem a delírios discriminatórios como a eugenia, que nos anos 30 propunha o "aperfeiçoamento" da raça humana. As novas descobertas encorajam discussões a respeito do uso benéfico e responsável da tecnologia, que devemos ter em conta.